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sexta-feira, abril 30, 2004

Shannon Wright "Over the Sun" (2004, Quarterstick)



A Shannon Wright foi a grande revelação em concerto de 2001. Era primeira parte de Calexico, mas ainda assim foi de tal maneira marcante que quase ofuscou a actuação dos Calexico. Depois dessa data... o problema. Onde se arranjavam discos da Shannon Wright? Sempre com uma distribuição péssima na Europa (ainda pior em Portugal), só o "Died in the wool" conseguiu alguma presença discreta nas lojas. No ano passado a aparição da Shannon no disco dos Rachel's fez-nos novamente lembrar a injustiça deste facto, mas não há razão para espantos. Esta é uma música dura e pouco convencional, demasiado crua para quem gosta de songwriters, demasiado songwriter para quem gosta de rock. Está no limbo, portanto. Mas, ainda assim, gente como Yann Tiersen, Calexico e Rachel's reparam na Shannon, e com a ajuda das lojas de discos on-line lá se consegue os discos da Shannon. Este "Over the Sun" é um novo mergulho num tumulto de emoções à flor da pele, a roçar o desespero, que não dá descanso. Mesmo em canções mais "calmas" como a "Avalanche" o desconforto mantém-se. Desconforto que acaba por ser suplantado pela voz da Shannon, inventiva e realmente única. Instrumentalmente este é o disco mais "rock" da Shannon, e já não lembra apenas a Lisa Germano. Começamos a pensar que há algo de PJ Harvey por aqui. E... como tanta música que por aí anda, continuará na sombra das distribuições musicais, que preferem fenómenos mediáticos como a insipida Carla Bruni ao que realmente mexe connosco.

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segunda-feira, abril 26, 2004

Estou com uma enorme falta de inspiração para blogar. Não sei do que falar, nem como começar. Sendo assim limito-me a inaugurar a semana com uma listinha dos discos de 2004 que mais me marcam até ao momento:

Tortoise "It's all around you"
Squarepusher "Ultravisitor"
El-P "High Water"
Fennesz "Venice"
cLOUDDEAD "Ten"
Stereolab "Margerine Eclipse"
Einstürzende Neubauten "Perpetuum Mobile"
Hipnotica "Reconciliation"
Liars "They were wrong so we drowned"

Para além destes, dos ouvidos ainda apenas em mp3, destaco:

Arovane "Lilies"
Vladislav Delay "Demon(n)Tracks"
Sonic Youth "Nurse"
Shannon Wright "Over the Sun"

mas estes ainda não sairam em formato rodela.

Estes serão os mais essenciais, até agora.

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segunda-feira, abril 19, 2004

O que aí vem

Algumas edições para breve:

Sonic Youth - Nurse
Arto Lindsay - Salt
Devendra Banhart - Rejoicing in the Hands
Icarus - I Tweet The Birdy Electric
Charalambides - Joy Shapes
Banco de Gaia - You Are Here
Pan sonic - Kesto 4xCD (4 CDs?!?!?!)
Big Jus - Black Mamba (finalmente! era para ter saido no ano passado)
Skinny Puppy - The Greater Wrong Of The Right
Boom Bip - Corymb
Wagon Christ - Sorry I Made You Lush
DAT Politics - Go Pets Go
Murcof - Utopia
Reverbaphon - Our Hearts Beat With Joy (The Curved World Outside)
!!! - Louden Up Now
Amon Tobin/Various - Solid Steel
Black Dice - Creature Comforts
Venetian Snares - Huge Chrome Cylinder Box Unfolding
Luke Vibert & Jean-Jaques Perrey - Moog Acid (este nunca mais sai)

Resta esperar pelo aparecimento destes álbuns no soulseek ;-)

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quarta-feira, abril 14, 2004

Tortoise "It's All Around You" (Thrill Jockey, 2004)



Chegou aquele que será muito provavelmente o meu álbum do ano, e arrisco a dizer isto com tanto tempo de antecedência...

Não vou dizer muito. Sou fã. O "Millions now living will never die" é um dos meus 5 discos favoritos de sempre.

Coisas... os Tortoise têm agora um site bem catita:

www.trts.com

Agora com licensa, vou ouvir o disco. Há prazeres que não se descrevem. Se querem ler descrições do álbum, esperem que o Luís escreva alguma coisa se quiser ou então vão ler noutro lado :P

np: "Crest"


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terça-feira, abril 13, 2004

Rob Mazurek "Sweet and Vicious like Frankenstein" (Mego, 2004)



Rob Mazurek... mais conhecido como o trompetista (ou tocador de cornetim?) dos Chicago Underground, colaborador assiduo de todos os grupos da "cena de Chicago" (Tortoise, Gastr Del Sol, The Sea and Cake), assina aqui uma obra a solo sem trompete/corneta na mão, mas com computador, minidisc e tone generator. Sim, field recordings, bleeps, electrónicas a servir dois longos temas que preenchem um CD de aproximadamente 1 hora. Quem ouviu o álbum do Jim O'Rourke para a Mego sabe já mais ao menos o que espera (o Jim deu uma mãozinha aqui), mas o sentimento de leveza do Jim é aqui substituido por uma toada francamente mais industrial devedora de uns Throbbing Gristle e com uma postura a lembrar coisas como Orchester 33 1/3. Há aqui colagens fumarentas alternadas por momentos melódicos e uma procura de um som/ruído "orgânico" no meio dos sons digitais. Mais importante, contudo, é que a óbvia experiência do Rob enquanto músico de sons acústicos leva-o a ter aqui uma abordagem diferente do habitual, como uma excelente noção do espaço que deve ocupar com ruídos. Apesar de longos, os dois temas passam num instante e volta-se a ouvir, como se fosse o ruído do nosso cerebro. Sem ser particularmente inovador, este disco revela-se como um dos melhores a ser lançado pela Mego nos últimos anos.

E para breve... Chicago Underground Trio!

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segunda-feira, abril 05, 2004

Fennesz "Venice" (Touch 2004)



O que é ruído e o que é melodia? É mais importante a melodia ou o ruido? Haverá melodia no caos? Mais importante, poderá surgir beleza no meio da desordem?
No "Endless Summer" o Fennesz conseguiu trazer beleza do meio do ruído, em temas já quase clássicos como "Caecilia". Os temas surgiam fumarentos e psicadélicos, e sugeriam exactamente o que o titulo dizia, um verão infinito. Juntamente com o "Beaches & Canyons" dos Black Dice, até parece que estou na praia quando o ouço.

"Venice", o novo álbum de originais do Fennesz, consegue o mesmo feito. Mas aqui o sol da praia dá lugar às paisagens belas e bucólicas de Veneza e da Laguna... verdadeira música ambiental que entra directamente na alma e que nos transporta para um mundo "ideal", feito de microparaisos que se criam de forma espontanea, como um renascimento feito por máquinas em que Miguel Angelo inspira novas imagens digitais (neste caso, sons). É dificil explicar o que se ouve aqui para quem nunca ouviu Fennesz. Mas este álbum tem tudo para mostrar que a música electrónica tem muita alma quando é feita com a sensibilidade com que o Fennesz a faz.

E sim, é mais um dos grandes discos do ano.

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