segunda-feira, maio 03, 2004
Kronos Quartet em Lisboa (Culturgest, 30 de Abril de 2004)
Os Kronos Quartet são actualmente um dos ensembles de cordas mais conhecidos no mundo, conseguindo estabelecer pontes entre a música erudita e a música popular. Capazes de tocar peças do Steve Reich ou Philip Glass por um lado, e de Sigur Rós e Jimi Hendrix pelo outro, e ainda passando por recolhas de música que vão escutando pelo mundo fora, hoje os Kronos Quartet têm uma audiência francamente heterogénea apanhando públicos muito diferentes ao mesmo tempo. Foi isso que se viu na Culturgest, e foi também um pouco isso a sua actuação. Começaram discretamente com temas de Severiano Briseño, Agustín Larra e Silvestre Revueltas, como quem vai tentando criar laços com a audiência. As interpretações foram seguindo escorreitas, e a marca distinta dos arranjos dos Kronos Quartet era facilmente identificavel. Até que surgiu o primeiro ponto alto da noite, a interpretação de uma peça de Felipe Pérez de Santiago, com a introdução de sons gravados. Aqui surgiram as lembranças da interacção dos Kronos Quartet com a electrónica da banda sonora do filme "Requiem for a Dream", que fizeram em parceria com o Clint Mansell. A ligação da electrónica de fundo próxima do drum'n'bass do Aphex Twin com as cordas dos Kronos Quartet resultou lindamente, e o concerto mudou francamente para melhor. A segunda parte do concerto foi mais virada para a música popular, tendo sido especialmente boa a interpretação de um tema do indiano Rahul Dev Burman (para mim, o meu momento favorito da noite). Os "bravos", contudo, só surgiram com a interpretação do tema "Flugufrelsarinn" dos Sigur Rós. Para mim foi o pior momento da noite, talvez porque foi o tema mais fraco. Mas era o mais reconhecivel, e... pronto. Bem, foi naquela. Felizmente a redenção veio logo depois com uma peça do Steve Reich escrita de proposito para os Kronos Quartet. Para o final dois encores. No primeiro houve a primeira surpresa da noite, uma simpática interpretação do "Mudar de Vida" do Carlos Paredes, que arrancou muitas lágrimas na audiência. No segundo encore aconteceu o outro grande momento da noite, uma apoteótica interpretação da versão do Jimi Hendrix do "Star Spangled Banner", com as cordas a soar mais electricas que a maior parte dos temas rock que se ouvem na actualidade. Foi um momento fantástico, a melhor maneira de acabar o concerto de uma bela passagem dos Kronos Quartet por Portugal.
Os Kronos Quartet são actualmente um dos ensembles de cordas mais conhecidos no mundo, conseguindo estabelecer pontes entre a música erudita e a música popular. Capazes de tocar peças do Steve Reich ou Philip Glass por um lado, e de Sigur Rós e Jimi Hendrix pelo outro, e ainda passando por recolhas de música que vão escutando pelo mundo fora, hoje os Kronos Quartet têm uma audiência francamente heterogénea apanhando públicos muito diferentes ao mesmo tempo. Foi isso que se viu na Culturgest, e foi também um pouco isso a sua actuação. Começaram discretamente com temas de Severiano Briseño, Agustín Larra e Silvestre Revueltas, como quem vai tentando criar laços com a audiência. As interpretações foram seguindo escorreitas, e a marca distinta dos arranjos dos Kronos Quartet era facilmente identificavel. Até que surgiu o primeiro ponto alto da noite, a interpretação de uma peça de Felipe Pérez de Santiago, com a introdução de sons gravados. Aqui surgiram as lembranças da interacção dos Kronos Quartet com a electrónica da banda sonora do filme "Requiem for a Dream", que fizeram em parceria com o Clint Mansell. A ligação da electrónica de fundo próxima do drum'n'bass do Aphex Twin com as cordas dos Kronos Quartet resultou lindamente, e o concerto mudou francamente para melhor. A segunda parte do concerto foi mais virada para a música popular, tendo sido especialmente boa a interpretação de um tema do indiano Rahul Dev Burman (para mim, o meu momento favorito da noite). Os "bravos", contudo, só surgiram com a interpretação do tema "Flugufrelsarinn" dos Sigur Rós. Para mim foi o pior momento da noite, talvez porque foi o tema mais fraco. Mas era o mais reconhecivel, e... pronto. Bem, foi naquela. Felizmente a redenção veio logo depois com uma peça do Steve Reich escrita de proposito para os Kronos Quartet. Para o final dois encores. No primeiro houve a primeira surpresa da noite, uma simpática interpretação do "Mudar de Vida" do Carlos Paredes, que arrancou muitas lágrimas na audiência. No segundo encore aconteceu o outro grande momento da noite, uma apoteótica interpretação da versão do Jimi Hendrix do "Star Spangled Banner", com as cordas a soar mais electricas que a maior parte dos temas rock que se ouvem na actualidade. Foi um momento fantástico, a melhor maneira de acabar o concerto de uma bela passagem dos Kronos Quartet por Portugal.
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