segunda-feira, maio 24, 2004
Trapist "Ballroom" (2004, Thrill Jockey)
Da Austria chega um novo projecto de música improvisada chamado Trapist. Com um músico dos Radian (que editou recentemente o "Rec Extern" também na Thrill Jockey), os Trapist dividem-se entre o pós-punk experimental de uns This Heat e as improvisações electroacústicas do Evan Parker. “Ballroom” (segundo álbum dos Trapist) começa com um longo tema dividido em duas partes chamado “Time Axis Manipulation”. Nome apropriado para um tema que na primeira parte parece um encontro com uma pessoa, cujos contornos nos são desconhecidos, para depois nos oferecer a melodia de um baixo a ser fustigado por uma bateria certeira e por distorções ácidas. O corpo reage e chega a apetecer dançar, antes de aparecer um assobio a lembrar a electrónica alemã dos Holosud. O apelo à reacção do corpo mantém-se no vibrante “Observations took place”, que termina num novo zumbido sonhador. O silêncio volta logo, no tema “The meaning of flowers”, o significado das flores, talvez o significado dos sons com que os Trapist preenchem esse silêncio. Acabou-se o apelo do corpo, agora a mente manda e vamos para o quarto ouvir “For All the Time Spent in this Room”, longo tema de 18 minutos, onde o “Evening Star” do Robert Fripp e Brian Eno é lembrado. O tempo e o intimismo libertam os Trapist, na procura do fluxo ideal para a procura do silêncio. O ouvinte atinge o ponto onde o silêncio faz tanto sentido quanto o zumbido das máquinas que nos rodeiam.
Entre o rock e a improvisação, os Trapist distinguem-se da New Weird America porque não têm traços folk na sua música. É música urbana para sonhar, enquanto procuramos o silêncio.
Da Austria chega um novo projecto de música improvisada chamado Trapist. Com um músico dos Radian (que editou recentemente o "Rec Extern" também na Thrill Jockey), os Trapist dividem-se entre o pós-punk experimental de uns This Heat e as improvisações electroacústicas do Evan Parker. “Ballroom” (segundo álbum dos Trapist) começa com um longo tema dividido em duas partes chamado “Time Axis Manipulation”. Nome apropriado para um tema que na primeira parte parece um encontro com uma pessoa, cujos contornos nos são desconhecidos, para depois nos oferecer a melodia de um baixo a ser fustigado por uma bateria certeira e por distorções ácidas. O corpo reage e chega a apetecer dançar, antes de aparecer um assobio a lembrar a electrónica alemã dos Holosud. O apelo à reacção do corpo mantém-se no vibrante “Observations took place”, que termina num novo zumbido sonhador. O silêncio volta logo, no tema “The meaning of flowers”, o significado das flores, talvez o significado dos sons com que os Trapist preenchem esse silêncio. Acabou-se o apelo do corpo, agora a mente manda e vamos para o quarto ouvir “For All the Time Spent in this Room”, longo tema de 18 minutos, onde o “Evening Star” do Robert Fripp e Brian Eno é lembrado. O tempo e o intimismo libertam os Trapist, na procura do fluxo ideal para a procura do silêncio. O ouvinte atinge o ponto onde o silêncio faz tanto sentido quanto o zumbido das máquinas que nos rodeiam.
Entre o rock e a improvisação, os Trapist distinguem-se da New Weird America porque não têm traços folk na sua música. É música urbana para sonhar, enquanto procuramos o silêncio.
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