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segunda-feira, junho 14, 2004

YANN TIERSEN no CAE da Figueira da Foz (12 de Junho de 2004)

Depois de regressar de um passeio pelo centro do país, um pouco isolado de jornais, televisão e internet, e depois de assistir a um belo concerto do Yann Tiersen na Figueira da Foz, há uma certa sensação de estranheza por ver que entretanto morreram politicos, perderam-se jogos de futebol, houve eleições e até houve um concerto dos Pixies! Mais, fiquei a saber que o Expresso saiu na 5ª feira e que ofereceu uma bandeirinha de Portugal!!... Que bom! Escapei-me a isto tudo!!! :D

E o concerto de Yann Tiersen foi mesmo excelente. Daqueles segredos que se guardam, pois no meio da fúria avassaladora de acontecimentos as coisas mais pequenas ficam meio esquecidas. É natural. Yann Tiersen não é bem visto junto de muita gente. Demasiado "intelectual" para as pessoas que gostam do mainstream mais popularucho, demasiado mainstream para os indies empedrenidos que acham que a música boa só vem de Inglaterra ou EUA e tem que ser inspirada nos Smiths. E no entanto o Yann Tiersen é capaz de muitos feitos. Consegue ir buscar a experimentação do Pascal Comelade e do John Cale, redefini-la num contexto francês (bem, o Comelade já era francês) e devolver uma música acessível que escapa constantemente aos lugares comuns de 99% da música actual, personalizada e imaginativa. A tocar violino o Yann Tiersen é terrivel, rebenta as cordas todas, mas faz-nos sonhar também. A tocar acordeão, sentimos o sopro da tradição francesa mais fortemente, para no instante seguinte vermos que afinal não é bem assim, que é possível ir além. Quando toca canções de inspiração "Velvet Undergroundiana" (como a nova versão da "Bras de Mers"), sente-se a melancolia que não existia nos Velvet Underground. Não há o "over the top" de um John Cale, o que pode ser irritante para muitos. Há apenas música. Às vezes lembrei-me dos Múm, a música é completamente diferente, mas a forma de estar em palco é semelhante. Esta sim, é a música verdadeiramente autêntica, que não quer saber se é original ou não, vale por si mesma e está lá para quem a quiser ouvir.


PS: Ah, esquecia-me de dizer, sim, sim, este é o gajo da Amélie Poulain. E de mais 5 álbuns de originais para além desse.


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