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quarta-feira, agosto 25, 2004

Mais um da Austria: Margareth Kammerer "to be an animal of real flesh" (Charhizma, 2004)



Numa semana austriaca, chega a hora de falar da Margareth Kammerer, a recente aposta da editora Charhizma, do Christof Kurzmann. Este disco nasceu quando a Margareth Kammerer decidiu mostrar as suas gravações ao Christof Kurzmann, que ficou imediatamente apaixonado pelas 6 canções que ouviu. Eram poucas, mas uma voz a lembrar a Billie Holiday a cantar poemas do E.E. Cummings acompanhada de uma guitarra acústica deve ser bizarro o suficiente para uma editora de música experimental. Longe das canções jazzisticas e sonolentas que muitas vezes por aí se ouvem, estas canções trazem o cheiro dos poetas malditos. Talvez não chegasse, contudo, para um álbum. E aqui vem a 2ª parte da história: Christof Kurzmann decide contactar Dörner (die enttäuschung), Chris Abrahams (The Necks), Yoshida Tatsuya(The Ruins), B.Fleischmann, Nicholas Bussmann (justamente o tal da Kapital Band.1), Fred Frith, Philip Jeck e Olivier Lamm. E daqui nasce um álbum com duas facetas distintas, uma acústica e introspectiva, a outra marcadamente electrónica devido às remisturas feitas dos temas acústicos. O álbum expandiu-se para 14 temas, e tornou-se um dos melhores discos do ano a cruzar canções com electrónica, embora aqui estajamos longe da indietrónica limpinha dos Lali Puna (por exemplo). Pelo contrário, este trabalho lembra muito mais as improvisações de uns Orchester 33 1/3, onde as remisturas funcionam como retratos das canções originais, pintados com pinceladas bruscas onde o ruído é fundamental. E a voz da Margareth não se intromete, é quente, mas sabe ser discreta (olá Björk, sim a boca é para ti).


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