quinta-feira, fevereiro 24, 2005
Alva Noto: "Transall Cycle (transrapid - transvision - transspray)" (3 CD - Raster-Noton 2005)
Alva Noto é o alemão Carsten Nicolai que se tem notabilizado pelas suas experiências na depuração do som até ao pormenor mais infimo, procurando através da exploração do silêncio e do ruído (que aqui encontra conexões com o tecno) provocar reacções no ouvinte, tanto ao nível fisiológico como ao nível psicologico. Esta exploração quase cartográfica tem sido uma das linhas de força da editora Raster-Noton, e é feita com batas brancas e precisão cirurgica. Na mesma linha de força, é como se o eixo do mal da 2ª guerra mundial (Alemanha e Japão) resurgisse no século XXI para dar cabo da impulsividade que caracterizou a música na 2ª metade do século XX. Ryoji Ikeda, Alva Noto, o veterano Ryuichi Sakamoto, Taylor Deupree, Pan Sonic e outros, procuram novas formas de comunicação com o ouvinte, que é obrigado a ouvir música não apenas com os ouvidos. Na primeira passagem de Alva Noto por Portugal no Festival Número isso foi particularmente evidente: essa vibrante actuação mostrou Carsten Nicolai a guiar autenticamente a plateia, como se de uma viagem se tratasse.
"Transall Cycle" marca o retorno de Carsten Nicolai, desta vez com 3 mini-álbuns que constituem um ciclo marcado pela ideia de viagem. Transporte através de conceitos. O silêncio continua marcante, mas aqui as raizes da tecno e da EBM (Electronic Body Music) encontram-se evidentes. Os 3 discos são quase primos do "Kesto" dos Pan Sonic, embora as coisas aqui sejam mais contidas e procurem criar um espaço. A força e o poder que caracterizavam "Kesto" dão aqui lugar a noções de movimento e limitações espaciais, criando novas paisagens mentais. Obviamente as raizes dos Pan Sonic encontram-se ainda muito ligadas ao rock de uns Suicide, enquanto Alva Noto é digital até à medula. O que torna, contudo, "Transall" aliciante é o facto de por aqui se poderem detectar emoções e sentimentos subtis, como se pequenos micróbios se estivessem a entranhar nas paredes brancas da sala, micróbios que Alva Noto parece apostar em deixar fermentar. Algo que de resto já tinha acontecido na anterior colaboração de Alva Noto com o Ryuichi Sakamoto. Estes são sons dificeis para iniciados, que valem a pena explorar.
Para Maio está marcado um novo lançamento da dupla Alva Noto & Ryuichi Sakamoto chamada "Insen".
Alva Noto é o alemão Carsten Nicolai que se tem notabilizado pelas suas experiências na depuração do som até ao pormenor mais infimo, procurando através da exploração do silêncio e do ruído (que aqui encontra conexões com o tecno) provocar reacções no ouvinte, tanto ao nível fisiológico como ao nível psicologico. Esta exploração quase cartográfica tem sido uma das linhas de força da editora Raster-Noton, e é feita com batas brancas e precisão cirurgica. Na mesma linha de força, é como se o eixo do mal da 2ª guerra mundial (Alemanha e Japão) resurgisse no século XXI para dar cabo da impulsividade que caracterizou a música na 2ª metade do século XX. Ryoji Ikeda, Alva Noto, o veterano Ryuichi Sakamoto, Taylor Deupree, Pan Sonic e outros, procuram novas formas de comunicação com o ouvinte, que é obrigado a ouvir música não apenas com os ouvidos. Na primeira passagem de Alva Noto por Portugal no Festival Número isso foi particularmente evidente: essa vibrante actuação mostrou Carsten Nicolai a guiar autenticamente a plateia, como se de uma viagem se tratasse.
"Transall Cycle" marca o retorno de Carsten Nicolai, desta vez com 3 mini-álbuns que constituem um ciclo marcado pela ideia de viagem. Transporte através de conceitos. O silêncio continua marcante, mas aqui as raizes da tecno e da EBM (Electronic Body Music) encontram-se evidentes. Os 3 discos são quase primos do "Kesto" dos Pan Sonic, embora as coisas aqui sejam mais contidas e procurem criar um espaço. A força e o poder que caracterizavam "Kesto" dão aqui lugar a noções de movimento e limitações espaciais, criando novas paisagens mentais. Obviamente as raizes dos Pan Sonic encontram-se ainda muito ligadas ao rock de uns Suicide, enquanto Alva Noto é digital até à medula. O que torna, contudo, "Transall" aliciante é o facto de por aqui se poderem detectar emoções e sentimentos subtis, como se pequenos micróbios se estivessem a entranhar nas paredes brancas da sala, micróbios que Alva Noto parece apostar em deixar fermentar. Algo que de resto já tinha acontecido na anterior colaboração de Alva Noto com o Ryuichi Sakamoto. Estes são sons dificeis para iniciados, que valem a pena explorar.
Para Maio está marcado um novo lançamento da dupla Alva Noto & Ryuichi Sakamoto chamada "Insen".
Comments:
Enviar um comentário