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quarta-feira, março 02, 2005

Low "The Great Destroyer" (Rough Trade - 2005)



Neste momento já há alguns meses que os maiores fãs de Low sabem que "The Great Destroyer" é a maior ruptura de sempre na carreira desta banda. Já lá vão mais de 10 anos desde que "I could live in hope" foi lançado, e nas várias gravações editadas pelos Low era reconhecivel um som depressivo (e deprimente), normalmente muito lento e com letras desesperadas. Uma música triste, sem esperança, com raiva escondida. E no entanto era fácil pressentir que um dias as coisas podiam mudar. Por exemplo, no último álbum (o "Trust") havia uma canção chamada "Canada" que parecia romper a aparente acalmia que reina nos álbuns mais antigos do grupo. "The Great Destroyer" pega justamente nesse ponto. Abandonando a editora de há muitos anos (a Kranky), preferindo a Sub Pop, os Low fizeram um álbum que rasga literalmente o passado do grupo e a sua imagem de marca. As guitarras distorceram-se, elevaram o volume do som, e as vozes quase que gritam. Em comum continuam as letras, embora sejam um pouco menos depressivas que as dos álbuns anteriores (mas não muito). Algumas canções chegam a aproximar-se perigosamente do pop-rock mais convencional, mas são imediatamente resgatadas da luz. Canções como "California" são um bom exemplo disso. É um daqueles discos para dividir opiniões e causar algumas paixões (e ódios também). Ainda assim o universo dos Low está aqui todo, e o que mudou foi a forma, não a essencia. Os Low não podiam viver uma vida inteira sempre cabisbaixos, algum dia a raiva teria que se expandir. "The Great Destroyer" é o Big Bang dos Low.

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