terça-feira, abril 26, 2005
Colleen na Galeria Zé dos Bois, Lisboa (23 de Abril 2005)
De cada vez que assisto a um concerto sinto que fiquei mais próximo de atingir um ponto de saturação, aquele ponto em que começo a achar que se vai tornando cada vez mais difícil sentir estar a ver algo de novo e desconhecido para mim. Há alturas em que simplesmente não é possível compreender a excitação em torno do concerto X ou Y, apesar de ter achado que o concerto até nem foi mau, mas não consegui "estar lá" como era usual estar. Mas as excepções vão acontecendo, como aconteceu no concerto dos Einstürzende Neubauten no CCB e no concerto da Colleen na ZdB.
E uma das mais-valias destes dois concertos foram identicas: a sensação de que não há fronteiras para se criar música, qualquer instrumento é válido desde que ele seja o espelho da sensabilidades e das emoções que o músico que mostrar para a audiência.
A Colleen tem uma característica fundamental: antes de fazer música para nós, ela faz música para ela. Toca, mas quer-se ouvir. Não admite ventiladores ligados, mesmo que isso faça aumentar significativamente o calor da sala. Toca um violoncelo com riscos e marcas, usa caixinhas de música e sinos de vento. No fundo não é o instrumento que interessa, mas sim o que se pode tirar dele. Musicalmente a Colleen tem imensas referências, que vão da maneira de prolongar sequências de melodia até ao quase-infinito do William Basinski à música tradicional da Indonésia, e passando pela música barroca do século XVI até à electrónica abstracta do Fennesz. É tudo amalgamado num único bloco, porque ideias são ideias, mas dar expressão ao que se sente é sempre algo de tremendamente pessoal, que vem do interior. Talvez seja por causa disso que a Colleen seja tão única na forma como faz música.
Resta descrever, então, o concerto. Todas as canções foram inéditas, e só duas delas irão sair no álbum "The Golden Morning Breaks" (a "I'll read you a story" e a "Everything lay still", respectivamente penúltima e última canções antes do encore). No encore houve ainda lugar para 3 peças, tocadas com guitarra acústica. E depois houve tudo o resto.
De cada vez que assisto a um concerto sinto que fiquei mais próximo de atingir um ponto de saturação, aquele ponto em que começo a achar que se vai tornando cada vez mais difícil sentir estar a ver algo de novo e desconhecido para mim. Há alturas em que simplesmente não é possível compreender a excitação em torno do concerto X ou Y, apesar de ter achado que o concerto até nem foi mau, mas não consegui "estar lá" como era usual estar. Mas as excepções vão acontecendo, como aconteceu no concerto dos Einstürzende Neubauten no CCB e no concerto da Colleen na ZdB.
E uma das mais-valias destes dois concertos foram identicas: a sensação de que não há fronteiras para se criar música, qualquer instrumento é válido desde que ele seja o espelho da sensabilidades e das emoções que o músico que mostrar para a audiência.
A Colleen tem uma característica fundamental: antes de fazer música para nós, ela faz música para ela. Toca, mas quer-se ouvir. Não admite ventiladores ligados, mesmo que isso faça aumentar significativamente o calor da sala. Toca um violoncelo com riscos e marcas, usa caixinhas de música e sinos de vento. No fundo não é o instrumento que interessa, mas sim o que se pode tirar dele. Musicalmente a Colleen tem imensas referências, que vão da maneira de prolongar sequências de melodia até ao quase-infinito do William Basinski à música tradicional da Indonésia, e passando pela música barroca do século XVI até à electrónica abstracta do Fennesz. É tudo amalgamado num único bloco, porque ideias são ideias, mas dar expressão ao que se sente é sempre algo de tremendamente pessoal, que vem do interior. Talvez seja por causa disso que a Colleen seja tão única na forma como faz música.
Resta descrever, então, o concerto. Todas as canções foram inéditas, e só duas delas irão sair no álbum "The Golden Morning Breaks" (a "I'll read you a story" e a "Everything lay still", respectivamente penúltima e última canções antes do encore). No encore houve ainda lugar para 3 peças, tocadas com guitarra acústica. E depois houve tudo o resto.
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