terça-feira, julho 19, 2005
Iris Garrelfs "Specified Encouters" (Bip_Hop, 2005)
Iris Garrelfs é uma produtora inglesa que colaborou com pessoas como Scanner e que edita agora o primeiro álbum na francesa Bip_Hop. "Specified Encounters" é um disco de electrónica abstracta, trabalhando com vozes de uma forma que o faz primo dos álbuns a solo da AGF, da Björk, da Mira Calix ou da Maja Ratkje. E se o método tem semelhanças, a expressão dele acaba por ser muito diferente. Iris Garrelfs é simultaneamente descendente do chill out do tecno (tal como Biosphere ou Boards of Canada eram) e do ambientalismo repetitivo (e bastante negro) de Nurse With Wound ou do William Basinski. Marcadamente experimental, os encontros aqui mostrados partem muitas vezes da própria voz da Garrelfs, que camada por camada produzem ambientes etéreos e inquietantes, como a voz que vem de dentro ou de parte incerta. Há algo aqui de primordial ou primitivo, pois Iris Garrelfs encarna na voz o grito aparentemente selvagem, quase a lembrar a Meredith Monk. Nos partes exclusivamente instrumentais há ruídos industriais no subsolo que, contudo, poluem essa atmosfera natural e aparentemente pura. O climax é atingido no "Encounter 6", uma longa faixa de quase 18 minutos, artificial e primitiva, inspirada na natureza e contudo com sons sistematicamente cortados de forma abrupta pelos efeitos do software do computador.
"Specified Encounters" é uma estreia auspiciosa, um belo regresso da editora Bip_Hop.
Iris Garrelfs é uma produtora inglesa que colaborou com pessoas como Scanner e que edita agora o primeiro álbum na francesa Bip_Hop. "Specified Encounters" é um disco de electrónica abstracta, trabalhando com vozes de uma forma que o faz primo dos álbuns a solo da AGF, da Björk, da Mira Calix ou da Maja Ratkje. E se o método tem semelhanças, a expressão dele acaba por ser muito diferente. Iris Garrelfs é simultaneamente descendente do chill out do tecno (tal como Biosphere ou Boards of Canada eram) e do ambientalismo repetitivo (e bastante negro) de Nurse With Wound ou do William Basinski. Marcadamente experimental, os encontros aqui mostrados partem muitas vezes da própria voz da Garrelfs, que camada por camada produzem ambientes etéreos e inquietantes, como a voz que vem de dentro ou de parte incerta. Há algo aqui de primordial ou primitivo, pois Iris Garrelfs encarna na voz o grito aparentemente selvagem, quase a lembrar a Meredith Monk. Nos partes exclusivamente instrumentais há ruídos industriais no subsolo que, contudo, poluem essa atmosfera natural e aparentemente pura. O climax é atingido no "Encounter 6", uma longa faixa de quase 18 minutos, artificial e primitiva, inspirada na natureza e contudo com sons sistematicamente cortados de forma abrupta pelos efeitos do software do computador.
"Specified Encounters" é uma estreia auspiciosa, um belo regresso da editora Bip_Hop.
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