sexta-feira, outubro 21, 2005
Bois e Animais@algures em Almada, ontem à noite
Muita tinta irá escorrer a propósito da 11ª festa de aniversário da Galeria Zé dos Bois, e sobre a actuação dos Animal Collective. Descrições e mais descrições, parabéns e protestos, de tudo haverá certamente um pouco. Falava-se num concerto num cacilheiro, saiu um concerto num armazem semi-abandonado de Almada. Aconteceu uma viagem de barco, inesquecivel. Viram-se pescadores de linha perplexos por ver tanta gente por ali e utentes da transtejo a tentar perceber o que se passava. E muita gente que se conhecia, o que tornou rapidamente esta festa (prefiro chamar festa em vez de concerto) num acontecimento único, tocado por uma comunhão raramente vista nestas ocasiões.
Quanto ao concerto, os Animal Collective demonstraram de uma vez por todas porque são uma das melhores bandas da actualidade. O rock mutante destes americanos descontroi sistematicamente a memória do rock, que quase automaticamente se reconstroi numa nova massa, feita de berros, ruídos e batidas tribais. É uma música ritual, pop e experimental, tudo ao mesmo tempo. Ao vivo tudo soa ainda menos polido, e a voz do Avey Tare parece ser a de um Franck Black transformado num duende irrequieto. O Panda Bear dispara percussões com uma toada quase marcial, e contudo nunca se deixa ficar pela monotonia: na realidade os Animal Collective usam e abusam de reverberações e outros efeitos que mutam constantemente o som dos instrumentos (e das vozes também). Com uma precisão admirável numa banda que respira a liberdade por todos os poros.
Muita tinta irá escorrer a propósito da 11ª festa de aniversário da Galeria Zé dos Bois, e sobre a actuação dos Animal Collective. Descrições e mais descrições, parabéns e protestos, de tudo haverá certamente um pouco. Falava-se num concerto num cacilheiro, saiu um concerto num armazem semi-abandonado de Almada. Aconteceu uma viagem de barco, inesquecivel. Viram-se pescadores de linha perplexos por ver tanta gente por ali e utentes da transtejo a tentar perceber o que se passava. E muita gente que se conhecia, o que tornou rapidamente esta festa (prefiro chamar festa em vez de concerto) num acontecimento único, tocado por uma comunhão raramente vista nestas ocasiões.
Quanto ao concerto, os Animal Collective demonstraram de uma vez por todas porque são uma das melhores bandas da actualidade. O rock mutante destes americanos descontroi sistematicamente a memória do rock, que quase automaticamente se reconstroi numa nova massa, feita de berros, ruídos e batidas tribais. É uma música ritual, pop e experimental, tudo ao mesmo tempo. Ao vivo tudo soa ainda menos polido, e a voz do Avey Tare parece ser a de um Franck Black transformado num duende irrequieto. O Panda Bear dispara percussões com uma toada quase marcial, e contudo nunca se deixa ficar pela monotonia: na realidade os Animal Collective usam e abusam de reverberações e outros efeitos que mutam constantemente o som dos instrumentos (e das vozes também). Com uma precisão admirável numa banda que respira a liberdade por todos os poros.
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